Scuola di Atene, Raffaello Sanzio
Perído pré-eleitoral é uma festa. A cafajestagem política cresce, e os gestores e aspirantes omissos e indolentes aparecem dignos, íntegros nos cartazes, forjando um caráter ímpar. São os pretensos salvadores da pátria, heróis; os hércules da modernidade.
A população se enche de esperança. Sentem como se chegasse a hora da virada, em que finalmente irão se livrar da caótica administração de seu pedaço de mundo. A consciência política parece crescer, a agitação faz brotar o sábio eleitor ávido de mudança. Mas é tudo ilusão. O sentimento de grandiosidade e cidadania é efêmero. Sucumbe à magica retórica dos senhores do alto de seu palanque e à paixão cega pelos candidatos cujo plano de governo resume-se a arruinar aquele pedaço de mundo.
O eleitor então repete o gesto de 4 anos atrás e elege mais uma cambada de incompetentes corruptos e criminosos. E passa-se mais 4 anos de inércia, pão e circo, assistencialismo, corrupção, favorecimento, enriquecimento ilícito e crimes cuja citação não me cabe ou, melhor ainda, não cabe nesssa breve crônica. Até que vennham as vésperas da próxima eleição e repita-se o ciclo...
Esses são os fatos como eles são, mais do que evidentes. Só me resta ainda um segredo que hei de desvendar. O que embranquece a memória do povo? Seria o mesmo Photoshop dos brancos dentes estampados nos cartazes?