Navegando pela web, entrando em links que levam a links, acabei chegando, dia desses, a um site em inglês sobre Fernando Pessoa. Confesso que pouco conheço dele, mas gostei bastante de uma tradução de um de seus mais famosos poemas, Autopsicografia, em especial da primeira estrofe, cuja rima me cativou. Seguem as duas versões, a original e a traduzida por Charles Bernstein, importante poeta estadunidense.
Autopsychography
Poets are fakers
Whose fake is so real
They even fake the pain
They truly feel
And for those of us so well read
Those read pains feel, so swell
Not the poets' double header
But the not of the neither
And so the wheels go whack
Ensnaring our logical part
In the train wreck
Called the human heart
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm
E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.