tag:blogger.com,1999:blog-65803821844228865542024-03-13T18:45:18.280-03:00Das Ideias de Caio RudáAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/06120989513896909956noreply@blogger.comBlogger188125tag:blogger.com,1999:blog-6580382184422886554.post-90974844491221687162013-09-13T01:36:00.000-03:002014-07-11T20:03:21.815-03:00Intervalo epistemológico<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYG4FEAsd7t-LW-am3ZC3MtjIO7iDB1jzQQ18sA2bFTbffAamzCbA47pk53llTH-Fci7ZxJt33ezj8KKtIlO1rtxJfAuRkK032wOZ929JmRlJmY63-zQSVksDbOpTWO8gBGDdMgmZhtugv/s1600/the-tree-of-knowledge-1929(1).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYG4FEAsd7t-LW-am3ZC3MtjIO7iDB1jzQQ18sA2bFTbffAamzCbA47pk53llTH-Fci7ZxJt33ezj8KKtIlO1rtxJfAuRkK032wOZ929JmRlJmY63-zQSVksDbOpTWO8gBGDdMgmZhtugv/s1600/the-tree-of-knowledge-1929(1).jpg" height="400" width="248" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b><i>L'arbre de la science, René Magritte</i></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As pessoas têm me perguntado por que eu não tenho escrito no blogue há algum tempo, e acho que dificilmente eu consigo dar uma resposta convincente, tanto para elas quanto para mim mesmo. Ou me embolo, ou eu digo que não sei, ou ainda dou alguma resposta qualquer. Acho inclusive que já devo ter escorregadio desconversado, reforçando o estereótipo de que psicólogos e poetas são estranhos. No meu caso, estranho elevado ao quadrado, já que encaixo nessas duas características. O mais irônico de tudo é que nunca criei identidade de nenhuma dessas condições, nem psicólogo, nem poeta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acontece que para mim não existe resposta fácil, nem resposta pronta, e tendo que ter respondido ene vezes à mesma pergunta, ainda assim até agora não encontro uma justificativa razoável. <i>Só sei que tem sido assim</i>, parafraseando o ilustre Chicó, que por sua vez é uma atualização da ignorância socrática – <i>só sei que nada sei</i>. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A ignorância aliás é ambivalente – ora é bênção, ora é desgraça. Há vantagens no <i>não-saber </i>e no <i>achar-saber</i>: a vida é mais simples, mais objetiva, mais superficial e portanto mais confortável. Por outro lado, sabemos que as aparências traem, e a capa de ingenuidade com que a ignorância cobre os fatos esconde um <i>sem-número</i> de elementos concorrentes, contracorrentes e sobredeterminações que vão a perder de vista, audição, tato... uma vez entrado esse emaranhado, nos tornamos servos do <i>conhecer</i>. Daí que replicar uma singela indagação vira um trabalho hercúleo-teséico de identificar possíveis e plausíveis caminhos. Definitivamente entre o ponto de chegada e o de partida não há um itinerário reto. A vida não é mais evidente, é ao contrário cansativa e assentada num terreno pantanoso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sábio, portanto, não é aquele que opta pelos extremos do conhecimento ou da insciência, mas quem consegue traçar os atalhos corretos nos momentos acertados. Eu nunca poderia me considerar um sábio, pois falhei repetidamente em ser breve a um breve questionamento. O fato de eu não escrever possui suas razões mais próximas, ainda que em última análise sempre haverá mais e mais distantes razões. A heurística talvez pudesse ser sintetizada. Mas só talvez, pois a eterna dúvida cartesiana preenche cada espaço de pensamento meu. Definitivamente, não há sabedoria aqui. Faltam-me os métodos <i>para bem conduzir a razão em busca da verdade</i>. Que verdade, aliás?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eis que por fim escrevo. Perguntas são as melhores respostas.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06120989513896909956noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6580382184422886554.post-16234615157342754092013-05-07T21:14:00.000-03:002013-09-13T01:39:49.446-03:00Não só de poesia vive o homem<div style="text-align: justify;">
Depois de algum tempo sem nada escrever em matéria de poesia, me engajei afinal numa outra proposta e criei o blogue <i><b>a superior educação,</b></i> para trazer alguns assuntos voltados para o ensino superior, universidades<i> et cetera</i> e tal, afinal não só de poesia é que se vive. Abaixo o endereço para o blogue:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://asuperioreducacao.blogspot.com.br/">http://asuperioreducacao.blogspot.com.br/</a></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06120989513896909956noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6580382184422886554.post-8354980600808629752013-05-07T20:48:00.002-03:002013-05-07T20:48:58.069-03:00hiato<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDK-W0W0QU_Hsa63U540VovXPSa5PzNoUk8P6pMd_v39SuEWFbI1THx0uQB3lOXfXpXssMO0gBWrvFFAxuJ2DN8xqlOY1MoOe7_PK2CXgvHuaNK235YhpDjwMP61HEIZe6biczCH6YbRfL/s1600/intermission-also-known-as-intermedio.jpg!Blog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDK-W0W0QU_Hsa63U540VovXPSa5PzNoUk8P6pMd_v39SuEWFbI1THx0uQB3lOXfXpXssMO0gBWrvFFAxuJ2DN8xqlOY1MoOe7_PK2CXgvHuaNK235YhpDjwMP61HEIZe6biczCH6YbRfL/s1600/intermission-also-known-as-intermedio.jpg!Blog.jpg" height="261" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>Intermission, Edward Hopper</b></i></div>
<div>
<br /></div>
algum silêncio e na cabeça<div>
reverberam os velhos versos</div>
<div>
a boca se cala</div>
<div>
o semblante desbota</div>
<div>
todo o resto embota</div>
<div>
até o novo que ala</div>
<div>
<br /></div>
<div>
pois o eco não é duradouro</div>
<div>
a inspiração passageira</div>
<div>
a escrita para sempre</div>
<div>
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06120989513896909956noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6580382184422886554.post-79052323106207813492013-02-07T15:37:00.001-03:002013-02-08T16:15:46.777-03:00Samba-canção<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJhUNZRCzJM1v613b-nlecRRfBWUeC3XogN-kvcPUOmzSN7efiAX01SrMJr95Z4z8Wagh7x103vv2SQOIBF8-xxVXp1RtYWkHy5rOim6w263xXhUFEGewrlW4KM_W_p10irR-0DtuE6e2z/s1600/Armando_Basto,_O_meu_viol%C3%A3o_n%C3%A3o_tem_cordas,_1918,_%C3%B3leo_sobre_tela,_104,5_x_104,5_cm.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJhUNZRCzJM1v613b-nlecRRfBWUeC3XogN-kvcPUOmzSN7efiAX01SrMJr95Z4z8Wagh7x103vv2SQOIBF8-xxVXp1RtYWkHy5rOim6w263xXhUFEGewrlW4KM_W_p10irR-0DtuE6e2z/s1600/Armando_Basto,_O_meu_viol%C3%A3o_n%C3%A3o_tem_cordas,_1918,_%C3%B3leo_sobre_tela,_104,5_x_104,5_cm.jpg" height="396" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b><i>O meu violão não tem cordas, Armando Basto</i></b></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-size: x-small;">Fiz um poema pra te dar</span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-size: x-small;">Cheio de rimas que acabei de musicar</span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-size: x-small;">Se por capricho</span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-size: x-small;">Não quiseres aceitar</span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-size: x-small;">Tenho que jogar no lixo</span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-size: x-small;">Mais um samba popular</span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-size: x-small;"><br /></span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-size: x-small;">Noel Rosa</span></i></div>
<br />
<br />
Veio tão de repente a chuva,<br />
que não pode se abster<br />
da lembrança de um dia deitaram-se,<br />
noutro não mais o queria ver.<br />
<br />
Se me permitem mais comparações,<br />
mas oras, não sei a quem peço permissão,<br />
poderá haver respeito por quem<br />
rasgou as cordas do violão?<br />
<br />
Volto à anunciada analogia,<br />
foram um diálogo de Hamlet<br />
sem saberem-se uma triste aporia<br />
ficções em lá menor sem melodia<br />
<br />
Bem assim foi sua definição,<br />
desdenhosa, desditosa, rosa,<br />
desbotado o escarlate que lhe enchia<br />
os lábios de sua agora vulva viúva.<br />
<br />
Porque eis o velho autor suicida<br />
travestido de velho sambista,<br />
nunca morre de vez, mas a cada verso<br />
a cada compasso sincopado na pista.<br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06120989513896909956noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6580382184422886554.post-32935676362153529512013-02-03T15:39:00.000-03:002013-02-03T15:39:54.603-03:00Diáfano<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNPdfgG0Co-LGa0SCsTXc6S7Ft3vLxt1bG1TwqAiV8cq5CfjHIhgh65OGowyXGvL2l996NCE62gBY3WZVlmldw3WOQ8AQg2hn4umBz8INzGuQFb3b0V6u-HdpQKH6OCXM8gFGtVD48vSr5/s1600/the-search-for-truth-1963(1).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNPdfgG0Co-LGa0SCsTXc6S7Ft3vLxt1bG1TwqAiV8cq5CfjHIhgh65OGowyXGvL2l996NCE62gBY3WZVlmldw3WOQ8AQg2hn4umBz8INzGuQFb3b0V6u-HdpQKH6OCXM8gFGtVD48vSr5/s1600/the-search-for-truth-1963(1).jpg" height="400" width="291" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>La recherche de la verité, René Magritte</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-size: x-small;">Il ne saurait y avoir de vérité première. Il n'y a que des erreurs premières</span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-size: x-small;">Gaston Bachelard</span></div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
Para cada pedaço de vida,<br />
há sempre uma bocado incontado.<br />
Escrever o enredo paralelo<br />
é contrassentir as maiores emoções<br />
forjar tais inversões, arrancar<br />
as asas dos anjos.<br />
<br />
O mundo é de erros fundamentais,<br />
verdades são os reparos<br />
que veladamente operamos.<br />
<br />
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06120989513896909956noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6580382184422886554.post-53225409308852624022013-01-22T02:33:00.000-03:002013-01-22T02:33:25.361-03:00Ontologia do poeta<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzWvRxmn035xf5c1YI-1Dr_9ZdneM8t3GWL3dvXDqWQ53QA4qNAxdCFTlZhfmW-QC5Xx_iirR7y0bdeKEHncoJP69hx11XBN5rGZbJTm0Xfdyn7F8xWsTGXI41i8fhO2mhN_xVb-DSTT6c/s1600/the-poet.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzWvRxmn035xf5c1YI-1Dr_9ZdneM8t3GWL3dvXDqWQ53QA4qNAxdCFTlZhfmW-QC5Xx_iirR7y0bdeKEHncoJP69hx11XBN5rGZbJTm0Xfdyn7F8xWsTGXI41i8fhO2mhN_xVb-DSTT6c/s1600/the-poet.jpg" height="265" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b><i>El poeta, Fernando Botero</i></b></div>
<br />
O poeta pode abandonar seu ofício,<br />
mas o ofício nunca abandona o poeta.<br />
<br />
É que ele pode recusar-se a escrever,<br />
mas irá pensar, sentir e sofrer<br />
em versos,<br />
<br />
irá dividir sua vida em estrofes,<br />
rimar gotas de chuva com hélices de ventilador<br />
e, sem se dar conta,<br />
sua vida é um poema épico<br />
<br />
e o que antes era casual,<br />
agora invertem-se duas letras,<br />
é princípio, razão.<br />
<br />
Que fazer, então?<br />
Não lhe reconhecem a profissão,<br />
pensam-no um fanfarrão.<br />
<br />
A despeito disso, não consegue<br />
livrar-se do engrama,<br />
<br />
é o eterno <i>gauche </i>na vida.<br />
<br />
Ser poeta não qualifica, confunde.<br />
São regras básicas para o jogo<br />
ser sem essência, conhecer sem ciência.<br />
<br />
No gozo do descrédito<br />
é que ele se lambuza,<br />
das palavras abusa<br />
para edificar um mundo<br />
sob olhares atravessados<br />
sem argamassa ou tijolos.<br />
<br />
Apenas superfícies e rococós,<br />
alicerces de uma vida vazia.<br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06120989513896909956noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6580382184422886554.post-18608286570299950842013-01-03T04:26:00.000-03:002013-01-07T21:53:36.719-03:00hein?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhszGPLR_ynMLSnHSqecGylYt_hUMgzna-YLMlEFwip3kNjLRKASbCV4iPgfCSwEsWCRSXVnE_LG4qzh-It01eTNN0uJjbS_awk-LXMY5GkDRpb4ncUxKPRAlzrcpOUjtU8v9qDGIovpRGs/s1600/Manguebmgue-19702.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhszGPLR_ynMLSnHSqecGylYt_hUMgzna-YLMlEFwip3kNjLRKASbCV4iPgfCSwEsWCRSXVnE_LG4qzh-It01eTNN0uJjbS_awk-LXMY5GkDRpb4ncUxKPRAlzrcpOUjtU8v9qDGIovpRGs/s1600/Manguebmgue-19702.jpg" height="400" width="352" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>Mangue Bangue, Hélio Oititica</b></i></div>
<br />
hoje acordamos cedo <br />
mas era tarde demais<br />
ó rapaz, estúpido rapaz!<br />
<br />
sem amanhã de manhã, menina<br />
não haverá felicidade<br />
só solidão, sem rima<br />
<br />
antitética e paradoxalmente<br />
como escrever de novo <br />
no jornal de ontem<br />
<br />
é essa insensatez<br />
que ora nos faz<br />
e amanhã nos fez<br />
<br />
lambuzados de mel e fel<br />
somos um moderno barroco<br />
uma séria brincadeira<br />
<br />
são tantos os versos a roubar<br />
muitas as músicas a cantar<br />
e no céu dor a espalhar<br />
<br />
compondo essa descanção<br />
com fatias de medo <br />
e vinho muito azedo<br />
<br />
reparto em tercetas estrofes<br />
fujo à censura, amante da arte<br />
um semi-plágio de ene funções<br />
<br />
quadráticas, trigonométricas<br />
sobrejetoras ou peripatéticas<br />
vou atrás da vida pra poder morrer<br />
<br />
perdido no limite da criação<br />
batendo na mão o coração<br />
amarro palavras monograficamente<br />
<br />
monogratifico aquela história<br />
numa morfosintaxe frouxa e inovadora<br />
derretida numa panela de dendê<br />
<br />
e parece não mais haver<br />
maneira de um fim colocar<br />
nesse dueto minueto<br />
<br />
não é soneto, é cianeto<br />
é um risoto ignoto<br />
é um poético dom patéticoAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/06120989513896909956noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6580382184422886554.post-9198910595445358482012-12-31T22:32:00.003-03:002013-01-02T20:17:03.396-03:00Árvore de natal<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgb0fs_eYOk8CKkFqkFmX_mmNvCD8SHoq_-1iBTjJyY8eGFpR6Ds1C3yqNgVJ26o-1MauEf2HycCGO2wKZf3rt4B4_XJbCPgqSisxK1GOfjmKGsM_3hguX-mI1WihtTluS2wBtBpUaMyaqX/s1600/christmas-tree-1956.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgb0fs_eYOk8CKkFqkFmX_mmNvCD8SHoq_-1iBTjJyY8eGFpR6Ds1C3yqNgVJ26o-1MauEf2HycCGO2wKZf3rt4B4_XJbCPgqSisxK1GOfjmKGsM_3hguX-mI1WihtTluS2wBtBpUaMyaqX/s1600/christmas-tree-1956.jpg" width="305" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>Christmas Tree, Gene Davis</b></i></div>
<br />
Me lembro hoje do Acaso agricultor,<br />
cuidadosa e pretensiosamente,<br />
deitando uma certa semente<br />
em outrora solo infecundo de amor.<br />
<br />
De onde brotou rica coisa arbórea<br />
e me nasce essa coisa corpórea<br />
a que eu agora apelido saudade.<br />
Sinto-a no peito com acuidade.<br />
<br />
De seus muitos galhos verdes caem<br />
uns poucos frutos suaves como algodão,<br />
à regência de um arranjo de acordeão.<br />
<br />
Melancólicas notas melódicas<br />
compondo emoções metamórficas<br />
de um pretérito e potencial natal.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06120989513896909956noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6580382184422886554.post-68382232359121081562012-12-31T15:20:00.001-03:002012-12-31T21:09:50.232-03:00L'arlecchino<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhL6ITizOOuiGm9raV32Kq1261yGDXrhUgKSBSNWyzam9CYwC4k2f3JN-FFvG2LXuWW0oMjwGhIJQ_xITYjnAw9R4sunbPq8o1DhrzeL3Ua5DahLAVA_6yzp2GzjCq0Pyl9biHqt0AQJ86K/s1600/harlequin-leaning-1901.jpg!Blog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhL6ITizOOuiGm9raV32Kq1261yGDXrhUgKSBSNWyzam9CYwC4k2f3JN-FFvG2LXuWW0oMjwGhIJQ_xITYjnAw9R4sunbPq8o1DhrzeL3Ua5DahLAVA_6yzp2GzjCq0Pyl9biHqt0AQJ86K/s1600/harlequin-leaning-1901.jpg!Blog.jpg" height="400" width="290" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<b><i>Arlequín apoyado, Pablo Picasso</i></b></div>
<br />
Hoje eu encontrei<br />
andando pelas ruas<br />
aquele poeta-palhaço errante <br />
da cara pintada de pó-de-arroz.<br />
<br />
Declamou sua meia-dúzia de poemas<br />
e passou nas mãos do público, <br />
as minhas, as tuas,<br />
sua boina-cofre xadrez e decepcionado se foi.<br />
<br />
Ou seria um chapéu-coco cinza, <br />
confesso que não me recordo<br />
ao que recente gritei:<br />
<br />
Ei, artista! que vestes no teu cocoruto?<br />
Respondeu-me nada trazer a cobrir a cabeça,<br />
trazia-a nua a fazer nascer poesia em quem a olhasse.<br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06120989513896909956noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6580382184422886554.post-24911764285398747592012-12-16T00:48:00.002-03:002012-12-16T00:49:36.644-03:00sonho de marujo<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqJPhpWBBhmBtHhnP__S7U3EyR8rZ1gTi7tYCbQxL4yLeWh9hLZ4ZJdOLYFUhk8F2FXPq_UKwnEt7_Qg42f92iSHlwVvIOLhF_be9l2nQr3VMG0TCVq3NQSUPMt16IcGTcb6BVH8c0rMCE/s1600/the-boatman-1884.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="337" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqJPhpWBBhmBtHhnP__S7U3EyR8rZ1gTi7tYCbQxL4yLeWh9hLZ4ZJdOLYFUhk8F2FXPq_UKwnEt7_Qg42f92iSHlwVvIOLhF_be9l2nQr3VMG0TCVq3NQSUPMt16IcGTcb6BVH8c0rMCE/s1600/the-boatman-1884.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<b><i>The boatman, Theodore Clement Steele</i></b></div>
<br />
hoje eu sonhei um velho sonho<br />
era um sobrado abandonado<br />
de cuidados necessitado<br />
à orla da imaginação<br />
<br />
impossível esquecê-lo<br />
o que fora uma promessa<br />
e repousa em desamparo<br />
à maresia, alaranjado<br />
<br />
embarquei rumo alto-mar<br />
às costas o antigo sobrado<br />
em busca, o tesouro<br />
<br />
numa embarcação sem velas<br />
apenas antigas aspirações<br />
à batuta de suaves marulhos<br />
<div>
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06120989513896909956noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6580382184422886554.post-15099388309450765072012-12-11T00:54:00.000-03:002012-12-14T00:43:15.904-03:00Oração ao oráculo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNUzgsTUsLNlHBOCElrhwuCfwt6zQpDxhc3cyl-EUCN7VuaUj40BofrPy5v3wvi3LCGxvmZXd2Qv2X9E78UFLKHx7FNvdgQ3sn6whS1Lx8rL7eJWW6UBxLVi7l6MenXecaqnXtm9V4AWw/s1600/the-enigma-of-the-oracle-1910.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNUzgsTUsLNlHBOCElrhwuCfwt6zQpDxhc3cyl-EUCN7VuaUj40BofrPy5v3wvi3LCGxvmZXd2Qv2X9E78UFLKHx7FNvdgQ3sn6whS1Lx8rL7eJWW6UBxLVi7l6MenXecaqnXtm9V4AWw/s400/the-enigma-of-the-oracle-1910.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>L'enigma dell'oracolo, Giorgio de Chirico</b></i></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
Após longa meditação,<br />
buscando a melhor expressão,<br />
encorajei-me a indagar:<br />
<br />
"São os simbolismos que nos inventam<br />
ou nós que nos pomos a lhes inventar?<br />
<br />
"Embora não sejais invectivo,<br />
não mereceis pronta resposta!"<br />
<br />
Incrédulo ante tal divindade indisposta<br />
dirigi-me essa mesma questão<br />
montado em raciocínio abdutivo.<br />
<br />
Daí me suceda<br />
que me pareça<br />
que não seja por acaso<br />
que o acaso aconteça,<br />
pois ainda que seja<br />
uma menina travessa<br />
motivo de sua aparição<br />
não pode ser raso.<br />
<br />
Profundo e nada discreto,<br />
salta aos olhos, lhes agarra:<br />
que o veja! que lhe ouça,<br />
que o engula!<br />
<br />
Indigesto, permanece um enigma.<br />
<br />Caio Rudá de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/12987717072731524273noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6580382184422886554.post-75750795997162264132012-11-20T23:36:00.001-03:002012-11-20T23:36:46.381-03:00The dark side of the moon<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ2ZDq3Jt1ZacL7typlORC6zf9WDHIXuzLs-Ze0_jLeNez_LK-U9lrRJu6XtVs_W9oeVwK-MgZjhpS2wLP20T_mE60NTmvejFhyvzkKds5Zvzp1Vh8NIzieIn4REtM0b_MI77ODjFbjGI/s1600/night-1890.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ2ZDq3Jt1ZacL7typlORC6zf9WDHIXuzLs-Ze0_jLeNez_LK-U9lrRJu6XtVs_W9oeVwK-MgZjhpS2wLP20T_mE60NTmvejFhyvzkKds5Zvzp1Vh8NIzieIn4REtM0b_MI77ODjFbjGI/s400/night-1890.jpg" width="317" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>Natt i St. Cloud, Edvard Munch</b></i></div>
<br />
Salvador, madrugada.<br />
Vintesseis de outubro,<br />
três milhões de habitantes sem energia.<br />
<br />
Entre esses milhões, eu,<br />
não menos escureado que qualquer um deles,<br />
por cuja janela entra a única fonte de luz<br />
em toda a baía de todos os santos,<br />
aos quais, por sinal, não adianta apelo.<br />
Há muito suas santidades já não atendem por essas bandas.<br />
<br />
Os cães se calam,<br />
e sem os latidos que transformava em versos<br />
agora não há mais matéria poética.<br />
Nem o violão tímido sem a quarta corda<br />
nem os rumores de vozes<br />
cada vez mais distantes e fatigadas,<br />
tampouco o luar branco que chega,<br />
desgastado de tantos poemas.<br />
Míngua de sons, cores e fatos.<br />
<br />
Lamento a inevitabilidade do aprisionamento instrospectivo.<br />
É quando as formas das ideias ganham mais contorno,<br />
entre a penumbra e a escuridão. Eis tudo mais claro:<br />
os olhos que não fechei,<br />
a casa ermitã que já habitei<br />
e seus trinteidois cantos que não alcançarei.<br />
<br />Caio Rudá de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/12987717072731524273noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6580382184422886554.post-45845244287869653292012-09-30T23:11:00.000-03:002012-10-22T04:17:05.923-03:00Retalhos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0N_xMeAArigwemuCiJ2pGvQknWIafpvFb7oF00oqh_8NKZr6yQT-WLBKm67c7IPuk2rrbs_cy7EASw8EZMPxnqIuaAi8j_e5q8I_qZL-eYDPW9_NKmtgmX7M_un0JK_l1jD9cRIH4fNw/s1600/harlequin-and-clown-with-mask-1942.jpg!Blog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0N_xMeAArigwemuCiJ2pGvQknWIafpvFb7oF00oqh_8NKZr6yQT-WLBKm67c7IPuk2rrbs_cy7EASw8EZMPxnqIuaAi8j_e5q8I_qZL-eYDPW9_NKmtgmX7M_un0JK_l1jD9cRIH4fNw/s400/harlequin-and-clown-with-mask-1942.jpg!Blog.jpg" width="390" /></a></div><div style="text-align: center;"><i><b>Arlequín y payaso con careta, Rafael Zabaleta</b></i></div><br />Porque posto à minha frente,<br />num tombo abrupto como caído do céu,<br />um baú sem adjetivos.<br />Adjetivá-lo deveria eu<br />conforme bel-prazer:<br />vazio e limpo que era<br />qual papel de escrever.<br /><br />Abri-o e abril: escancarado o zê,<br />entre baralhadas letras que não havia,<br />alfabeto escasso qual palavras agora<br />corporificando meu idioleto<br />na materialidade de um cadáver vivo:<br />tronco que dói sem quê,<br />febre que arde os olhos,<br />os mesmos que não viram o erro.<br />São pensamentos doídos,<br />esses sim enxergam os desacertos<br />sem que admitam a pretérita derrapagem.<br />Com um estômago forrado de medo<br />e temperado com pitadas de verdade,<br />dou um passo atrás e engulho,<br />envenenado de realidade.<br /><br />Posta uma maquiagem gris de alegria,<br />havia ido sorrir a vida, sem, no entanto,<br />chegar a viver nenhum sorriso.<br /><br />Daí eu pensar que poderia ter sido diferente,<br />que eu poderia ainda ser um artista.<br />que eu poderia não ter me rendido, havia essa opção.<br />Que eu poderia simplesmente tê-la mantido<br />a mesma face limpa, ainda que triste, mas honesta,<br />verdadeira, feliz porque melancólica.<br />Uma face leve, sem pó nem batom.<br /><br />E se era feliz porque escolhida a melancolia,<br />agora melancólico por ter optado pela felicidade.<br />Nesse baterrebate do direito ao esquerdo,<br />sempre houve o meio, reto e desobstaculado.<br /><br />Agora retalho fragmentos de futuro<br />enquanto sorvo um paradoxo gelado,<br />que mais me faz tiritar, além do coração gelado,<br />que não degela a despeito de calorosas lembranças.<br /><br />Se não ouço cantarem os galos,<br />troco o silêncio por um pincel<br />para dolorir a tristeza no rosto<br />e desenhar um poema surrealista na parede,<br />à espera de um confortante boa-noite,<br />um beijo na bochecha e um perfume vermelho<br />repousando numa caixa de presente.<br /><br />Não seja um delírio, vivo um real irrealizável,<br />pois pela lógica do desejo, seria diferente do que é.<br /><span style="color: white;">.</span>Caio Rudá de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/12987717072731524273noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6580382184422886554.post-10930325291410953172012-09-17T23:20:00.000-03:002012-10-22T04:17:05.918-03:00Poema aos prantos<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhveXEN_CsxwQisRwBRp8xgl0w8ZUTFefJ7JMVINAXcGbdYtKrKdrSkjJL_DI0aOM8Lj2fc0n8EnW45ig5NgtvP44RpmEWphB8hPBxRmOM24OhbLvznCvxDg_Lp2CAT-Y62nHgZcN9SAJs/s1600/crying-girl-1964(1).jpg!Blog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhveXEN_CsxwQisRwBRp8xgl0w8ZUTFefJ7JMVINAXcGbdYtKrKdrSkjJL_DI0aOM8Lj2fc0n8EnW45ig5NgtvP44RpmEWphB8hPBxRmOM24OhbLvznCvxDg_Lp2CAT-Y62nHgZcN9SAJs/s400/crying-girl-1964(1).jpg!Blog.jpg" width="395" /></a></div><div style="text-align: center;"><i><b>Crying Girl, Roy Lichtenstein</b></i></div><br />No projeto que há pouco mentalmente desenhava<br />do cotidiano dos fazeres domésticos,<br />um ato falho traz o enxugar de prantos.<br />Ato contínuo, um poema escrito aos prantos insecáveis.<br /><br />Derramados aos últimos dias floridos de inverno,<br />lembro-me, prantos pretéritos que aniversariam<br />sob a garoa-guia de novos ares. Terei confessado<br />de minha acertada errância úmida e confusa?<br /><br />Pranteio novamente, independente de equinócios<br />ou reminiscências, porque vem de estranhas entranhas,<br />estrangeiras e estranguladas.<br /><br />Pranteio retroativamente para cultivar um futuro,<br />a despeito de também lágrimas e gotas que lhe embargam.<br />Faço-as seiva e sangue, que irrigam e derramam ao primeiro talho.<br /><span style="background-color: white;"><span style="color: white;">.</span></span><br />Caio Rudá de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/12987717072731524273noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6580382184422886554.post-59730486005341658152012-08-22T05:46:00.000-03:002012-10-22T04:17:05.931-03:00Comportamental<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPMKzlQqjgssPb-mamtMAsyqTtuqWlRNejN1mLZOfrPuVcqdAaoDcf9F-FObREbU1bqq4MuCy1U3y5INxwONfWLVLJ3bFyzdEPHh6nvem5Z3V5MeRtZnaUKEsQUEr4Y6ik518gC460nqg/s1600/freud.reflection.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPMKzlQqjgssPb-mamtMAsyqTtuqWlRNejN1mLZOfrPuVcqdAaoDcf9F-FObREbU1bqq4MuCy1U3y5INxwONfWLVLJ3bFyzdEPHh6nvem5Z3V5MeRtZnaUKEsQUEr4Y6ik518gC460nqg/s400/freud.reflection.jpg" width="360" /></a></div><div style="text-align: center;"><i><b> Reflection (Self-portrait), Lucian Freud</b></i></div><br />Quem és, meu comportamento,<br />a ti cabe alguma reflexão?<br />Tu sou eu ou te rescindes de mim,<br />és autonomia ou determinação?<br /><br />És em função de alguma crença,<br />és aleatório, me acompanhas de nascença?<br />Diz-me, coisa incauta, por favor,<br />se te obedeça ou diga-te não.<br /><br />Se és acaso, se és volição.<br />Que diabos te ordenam.<br />Quais anjos te condenam.<br /><br />Olha que já não durmo, cuida que<br />de tanto pensar já não penso.<br />Comporta-me sem que te me excedas.<br /><span style="color: white;">. </span>Caio Rudá de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/12987717072731524273noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6580382184422886554.post-73456561663951823652012-08-16T00:07:00.000-03:002012-10-22T04:17:05.934-03:00soneto invertido epistemológico-shakespeariano<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYeIfspEn4arq0zkNnp5R3J46pcCu85NV9psF05Cvmf_EsQW5-ib4w29JkAre3_ialHwyoH-nX1yHArid_qrPmjej6UvCdldqiqIyttV1GJTwsWIz50YfbTDAWunSFsXU3RHApta028_w/s1600/the-infinite-recognition-1963(1).jpg!Blog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="330" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYeIfspEn4arq0zkNnp5R3J46pcCu85NV9psF05Cvmf_EsQW5-ib4w29JkAre3_ialHwyoH-nX1yHArid_qrPmjej6UvCdldqiqIyttV1GJTwsWIz50YfbTDAWunSFsXU3RHApta028_w/s400/the-infinite-recognition-1963(1).jpg!Blog.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;"><b><i>La Reconnaissance infinie, René Magritte</i></b></div><br /><br />quero, antes de tudo<br />saber se quero saber<br /><br />não sei se quero<br />não sei se sei<br />se sei, não quero<br />se quero, não sei<br /><br />se queres, conta!<br />se não contas, ao menos, queres!<br />sabes o que quero?<br />não sei se te conto...<br /><br />quem sabe um dia não sabes?<br />o que quero<br />o que sei<br />o que sou<br /><span style="color: white;">.</span>Caio Rudá de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/12987717072731524273noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6580382184422886554.post-1999197116460222872012-08-16T00:00:00.000-03:002013-01-02T20:21:53.394-03:00mapa poético<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8ZaerJB7QF3LJuPu8VH3QXHlwwSA95WXfCm_zgbJ-1kaK9am55ENSjRj5OHJ8neyAIiD-Kf90SC0lYQA__BXSmOxNHGH7Pv4dmZg2mwPhTtabykUx2jo1YgwhbhrjXHy59MvK7S8y1_8/s1600/portrait-hypographique-de-van-gogh-1962.jpg!Blog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8ZaerJB7QF3LJuPu8VH3QXHlwwSA95WXfCm_zgbJ-1kaK9am55ENSjRj5OHJ8neyAIiD-Kf90SC0lYQA__BXSmOxNHGH7Pv4dmZg2mwPhTtabykUx2jo1YgwhbhrjXHy59MvK7S8y1_8/s400/portrait-hypographique-de-van-gogh-1962.jpg!Blog.jpg" width="328" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<i><b>Portrait Hypographique de Van Gogh, Isidore Isou</b></i></div>
<br />
<i><br /></i><i>entre as coisas bem-vindas que já recebi</i><br />
<i>minhas cores nelas eu reconheci</i><br />
<i>e então eu me vi</i><br />
pleno de vontade de ti<br />
folheando livros que nunca escrevi<br />
tais foram os versos mais lindos que eu li<br />
<br />
percorrer os degraus poéticos<br />
não me furtar a atos estéticos, uma cabal topografia:<br />
as coisas lindas são mais lindas onde você está<br />
<span style="color: white;">.</span>Caio Rudá de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/12987717072731524273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6580382184422886554.post-57486257673821996282012-08-15T22:01:00.000-03:002012-10-22T04:17:05.929-03:00Solene soneto<br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsFr4Lz65YzZyfiyhT76sqFClbr0LVj4T_-HMy2oI_U_9nMeUeSSxoYxyFemEHHnqW3Tk441xFIdPUGHveTAtdlBuqdzZKuKTlJh1WiMzHgKN0-AkcqOn-Iguhqem8AkuIOCb3VaAdc24/s1600/the-great-poet.jpg!Blog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsFr4Lz65YzZyfiyhT76sqFClbr0LVj4T_-HMy2oI_U_9nMeUeSSxoYxyFemEHHnqW3Tk441xFIdPUGHveTAtdlBuqdzZKuKTlJh1WiMzHgKN0-AkcqOn-Iguhqem8AkuIOCb3VaAdc24/s400/the-great-poet.jpg!Blog.jpg" width="330" /></a></div><div style="text-align: center;"><i><b>The Great Poet, Jack Vettriano</b></i></div><br /><br />Registre-se que não mais comemoro dia algum<br />porquanto eles me trazem somente decepção<br />Cada aniversário chego mais perto da morte<br />e, mais próximo dela, maior meu berro de não!<br /><br />Por credo, a propósito, nada solenizarei<br />desacreditado do mundo em que nasci<br />como se cada momento fora um <i>déjà-vu</i><br />indolente e frustrado, ajo por força de lei<br /><br />À medida que escrevo, me canso desse poemeto<br />com suas rimas pobres e sua sintaxe cansada<br />Se felicidade não fosse cara, ei-la fechar esse terceto<br /><br />Esse último verso que excede a métrica, será?<br />prova do desleixo ou inaptidão ao ofício? É, pois<br />com nenhum sacrifício que, da vez de escritor, eu abdico<br /><div><br /></div><div><br /></div><div style="text-align: right;"><i>Em atrasada e irônica comemoração ao dia do escritor...</i></div><br />Caio Rudá de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/12987717072731524273noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6580382184422886554.post-49988126373026884042012-08-14T14:00:00.000-03:002012-10-22T04:17:05.925-03:00o destino de salomão<br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5HSqxIzWOYO5x0E6OA8wLNaaqeTbZ__88h2aJkU6YqFcQbSif_FZs8OyOaRRpkwethwfdkihcwkPy-B-COrOJocojhMRZkiFUuq4pSQzts23FkgbIwaJJytGiTqh7z4EdeHclHLUnjyU/s1600/Dali-Elephants.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="335" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5HSqxIzWOYO5x0E6OA8wLNaaqeTbZ__88h2aJkU6YqFcQbSif_FZs8OyOaRRpkwethwfdkihcwkPy-B-COrOJocojhMRZkiFUuq4pSQzts23FkgbIwaJJytGiTqh7z4EdeHclHLUnjyU/s400/Dali-Elephants.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;"><b><i>Los elefantes, Salvador Dalí</i></b></div><br />portanto fui aos jardins da casa<br />buscar salomão a dar-lhe lembranças<br />porém salomão não havia mais<br /><br />ao passado para resgatá-lo<br />porém passado não havia mais<br />e agora, salomão?<br /><br />que renasça em poemas<br />o doce paquiderme itinerante<br />robusto e bondoso salomão, o elefante<br /><br />que não descanse no coração<br />o passado, duro e douro<br />um desejo que, um dia, nesse dia fora vindouro<br /><br />Caio Rudá de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/12987717072731524273noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6580382184422886554.post-83668482828002134922012-07-26T15:24:00.000-03:002012-10-22T04:17:05.936-03:00soneto invertido sobre mil e uma coisas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitUiuvUktAQbRRqBW9dhDFeuAyA_HvWzXcAkTHNdlhz8zH7sa0p4KDMcyQAxX2ebjsv0WUp4DX3rdhWT1XdwhD9jD1NpjiHDCG2JVkbk8jyIOYc6oZtrSWk6ovg-ugFwLeEb15R5X9h8I/s1600/composition-viii-1923.jpg!Blog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="276" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitUiuvUktAQbRRqBW9dhDFeuAyA_HvWzXcAkTHNdlhz8zH7sa0p4KDMcyQAxX2ebjsv0WUp4DX3rdhWT1XdwhD9jD1NpjiHDCG2JVkbk8jyIOYc6oZtrSWk6ovg-ugFwLeEb15R5X9h8I/s400/composition-viii-1923.jpg!Blog.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;"><i><b>Komposition VIII, Wasilly Kandinsky</b></i></div><br />lerei os livros de saramago<br />como fosse possível adormecer<br />às histórias do elefante salomão<br /><br />não dormes, logo vives uma quimera<br />pergunto-me se pudera<br />viver a vida assim?<br /><br />se a vida é o onírico<br />sou poeta, sou satírico<br /><span style="background-color: white;">o empírico é lírico</span><br /><span style="background-color: white;">e o que há de real? ah, o real</span><br /><br />o real das coisas é incognoscível<br />o cognoscível do real são as coisas<br />as coisas do real são o cognoscível<br />e o incognoscível do real... ah o real <br /><span style="color: white;">.</span>Caio Rudá de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/12987717072731524273noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6580382184422886554.post-21016403243287623472012-07-18T21:07:00.000-03:002012-10-22T04:17:05.921-03:00Dicotomia Saussereana reformulada<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbUSdaRFUQkybE9a14ID-y9Zp3S9q1SKKxA2oxrdVKPMB26X599CzISg6evImBJ0aQuEsK76YDJe9bheJYvoE8DTSYqqtP61UTwFWcq6Gw8AbEEPSDD8iezRmVweKBfLtKydGVOaCPj0M/s1600/clio_team_1928_magritte_les_amants_54x73_cm_rene_high_resolution_desktop_1768x1298_wallpaper-302714.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="293" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbUSdaRFUQkybE9a14ID-y9Zp3S9q1SKKxA2oxrdVKPMB26X599CzISg6evImBJ0aQuEsK76YDJe9bheJYvoE8DTSYqqtP61UTwFWcq6Gw8AbEEPSDD8iezRmVweKBfLtKydGVOaCPj0M/s400/clio_team_1928_magritte_les_amants_54x73_cm_rene_high_resolution_desktop_1768x1298_wallpaper-302714.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;"><span style="background-color: white;"><b><i>Les Amants, René Magritte</i></b></span></div><span style="background-color: white;"><br /></span><br /><span style="background-color: white;">Significante: saudades.</span><br />Significado: te amo.<br /><span style="color: white;">.</span>Caio Rudá de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/12987717072731524273noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6580382184422886554.post-55915951157351689142012-07-03T10:40:00.000-03:002012-10-22T04:17:05.927-03:00Sob o silêncio<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhv2DCzDQO6lzMjZULIWS__-2SCDGw9nCiUibATwJnHMaeEr6lXrLCCIuxAh1zu8ckDd-_OJV0RuVOdjzKgtZI-W84MCRr7VDc4SAcKl0Nh9WIQgm_FrzpflE9t1WHhtST2cQD35xzvMR8/s1600/La_Voix_du_Silence-745805.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="292" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhv2DCzDQO6lzMjZULIWS__-2SCDGw9nCiUibATwJnHMaeEr6lXrLCCIuxAh1zu8ckDd-_OJV0RuVOdjzKgtZI-W84MCRr7VDc4SAcKl0Nh9WIQgm_FrzpflE9t1WHhtST2cQD35xzvMR8/s400/La_Voix_du_Silence-745805.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><i>La Voix du Silence, René Magritte</i></b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>Porque achei de ouvir-lhe, calei.<br />Fiz greve de escrita, nem uma palavra a mais<br />e uma última sentença: sofrer calado<br />sem a quem apelar, sem orações.<br /><br />Me resignei merecido.<br />Aceitei a culpa imputada,<br />ou até que não havia culpa,<br />mas alguém havia de pagar pelo pecado,<br />que nem Eva, e lá fui eu e mordi a maçã.<br /><br />A maçã do crime eu a comi e regurgitei o silêncio,<br />que cientificamente é a ausência de som audível.<br />Porém para mim silêncio é quando não ouve o que não houve<br />e não o haverá pleno e científico senão além-céus.<br />Por enquanto, em terras imediatas, o silêncio<br />comporta mil ruídos.<br /><br />Para os poetas esses diriam mais,<br />que é mais eloquente que palavras,<br />o argumento mais difícil de refutar.<br />Ao fim de filosofias, nada mais que o não auscultado.<br /><br />Não obstando todas as considerações<br />não há ausência que dure a eternidade<br />senão a própria eternidade, absência de fim,<br />do que penso, portanto,<br />que após culpas e acusações por que sentir-me Caim?<br /><br />Não sei se em ares de mágica<br />à medida de pó de perlimpimpim<br />ou arquitetado ao correr do tempo<br />me dei conta de que pôr letras ao papel, ao contrário,<br />me seria o único modo de ainda ser querido,<br />ainda que um querer mestiço, sem saber-se isso ou aquilo.<br /><br />A única sentença, na verdade, agora em diante:<br />para bem ou para mal, <span style="background-color: white;">escrever é o único algo que ainda posso oferecer.</span><br /><div><span style="color: white;">.</span></div>Caio Rudá de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/12987717072731524273noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6580382184422886554.post-5326598751685544862012-07-02T23:42:00.000-03:002012-10-22T04:27:48.656-03:00AniversárioSem muitas palavras, 5 anos de ideias.<div><span style="color: white;">.</span></div>Caio Rudá de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/12987717072731524273noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6580382184422886554.post-69246042328474052512012-06-05T00:50:00.000-03:002012-10-22T04:27:48.662-03:00Odisseia<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuMw5FLTgs_0Ht7o1ARsmY81BVXlcwwbfWTbmbUohwdvd7Des6z_Lp_YQ6EV7rYYInHbXoUSGq8Phud6O06pubdyAspce4AaJTL8Cy1eOfCfTNc_NDSbpzW551WQRbQTwxdIhZ7AjPxQQ/s1600/Ulysses-Deriding-Polyphemus-Homers-Odyssey.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuMw5FLTgs_0Ht7o1ARsmY81BVXlcwwbfWTbmbUohwdvd7Des6z_Lp_YQ6EV7rYYInHbXoUSGq8Phud6O06pubdyAspce4AaJTL8Cy1eOfCfTNc_NDSbpzW551WQRbQTwxdIhZ7AjPxQQ/s400/Ulysses-Deriding-Polyphemus-Homers-Odyssey.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;"><span style="background-color: transparent;"><b><i>Ulysses deriding Polyphemus - Homer's Odyssey, William Turner</i></b></span></div><br /><br /><div style="font-style: italic;">I. Eis</div><div style="font-style: italic;"><br /></div>A moça bonita do porto seguro,<br />bem moça, bem bonita.<br />De beleza indesdita,<br />a moça bonita do porto seguro.<br /><br />Um jovem navegante<br />capitaneando uma nau à deriva<br />no mar de si mesmo, mar morto<br />em cujo convés sujo, leme torto.<br /><br />Ondas altas, um Nereu revolto.<br />Caos no mar: — Capitão,<br />não fuja, há de navegar<br />até encontrar águas serenas e fazer porto.<br /><br /><i>II. Salvação</i><br /><br />Guiado pelo Acaso, nosso Capitão,<br />já desmaiado, por milagre não morto,<br />encontra calmaria em bendito porto<br />e se deixa ficar, dispensa tripulação.<br /><br />Habita-o, elege-o sua conquista.<br />Ao redor tudo é calmaria,<br />sabe deus por que diabo deixaria<br />lugar firme e confiado.<br /><br /><i>III. Partida</i><br /><br />Içou velas, partiu rumo ao desconhecido<br />que nem pioneiro das grandes navegações.<br />Tudo encontrado foram terras vãs.<br /><br />IV. Retorno<br /><br />Na tentativa do retorno, ventos perturbados<br />dos quatro, dezesseis, quantos fossem os lados.<br />— Odisseu não é teu nome, Capitão.<br /><br /><i>V. Naufrágio</i><br /><br />Foi a pique, <span style="background-color: transparent;">assim sem tempestade nem coral.</span><br />Soçobrou e pereceu no fundo do mar,<br />só porque já não tinha mais onde aportar.<br /><div><span style="color: white;">.</span></div>Caio Rudá de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/12987717072731524273noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6580382184422886554.post-29684353595606802982012-05-23T22:43:00.000-03:002012-10-22T04:27:48.636-03:00Chamada pública<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSiC1HY3Uwq9ypgwlCkQXoyLqSwPogGnAIn9yiGctdNuuSjC4mLsg3kPHPZg1R8Ei-B8k-I5Td503wDwYRTts7jJgf7VGMAUmchqpQVqEv1d_GdEnmaEFOVZpf_fUr6Rr7qeHD1YsBxP0/s1600/Pieter_Bruegel_d._%C3%84._066.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="283" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSiC1HY3Uwq9ypgwlCkQXoyLqSwPogGnAIn9yiGctdNuuSjC4mLsg3kPHPZg1R8Ei-B8k-I5Td503wDwYRTts7jJgf7VGMAUmchqpQVqEv1d_GdEnmaEFOVZpf_fUr6Rr7qeHD1YsBxP0/s400/Pieter_Bruegel_d._%C3%84._066.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;"><i><b>Het Gevecht tussen Carnival en Vasten, Pieter Bruegel</b></i></div><br />O plateia se levanta, aplaude:<br />os homens estão de volta,<br />o espetáculo dirigido pelo Acaso.<br /><span style="color: white;">.</span><br />Caio Rudá de Oliveirahttp://www.blogger.com/profile/12987717072731524273noreply@blogger.com0