El guitarrista viejo, Pablo Picasso
é teimosa, insistente
é de mim qual minha sombra
é de ir e vir, sol poente
penetra na festa
penetra é
me ata, me prende, me infesta
pálida figura atrás da cortina
ator maquiado de alva timidez
medroso da janela, da vida lá fora
o muro não esconde minha casa
a máscara não oculta a verdade
meu rosto não disfarça a tristeza
eu me sofro, não o quero
não sorrio, sou rio
de caudaloso percurso
o vício em substâncias mágicas
promessas de alívio não tão fantásticas
no peito a dor, fisgadas esporádicas
o jornal folheado
a televisão ligada
a comida estragada
água limpa é vaga lembrança
sensação sucumbida ao suor grudento
é o que desejo, é minha esperança
a roupa precisa ser trocada
a porta está trancada
há passos na sacada
renego a todos, só não à solidão
que me acompanha na sombria
hora de dormir
vazio e fragilidade
eis-me em dois substantivos
tão abstratos quanto a egoísta existência
depressão maldita
maldita
depressão
Com a licença da amiga Gi, do Estúdio, para alterar o seu poema.
ResponderExcluirOlá, vi o link do seu blog no orkut e achei muito interessante... Comentei só para registrar minha passada por aqui
ResponderExcluir=D
Gostei, em especial, do trecho:
ResponderExcluir"o muro não esconde minha casa
a máscara não oculta a verdade
meu rosto não disfarça a tristeza"
Prozac ou Sertralina...
ResponderExcluirLindo.
Bjs
LIndo mesmo
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