sábado, 3 de janeiro de 2009

(In)feliz Ano Novo


Para o Povo, o ano não poderia ter começado melhor: como magia, seu suado dinheirinho de contribuinte convertido em cores e formas no céu noturno.

Nunca fora acostumado a pensar a longo prazo, logo, perdido em votos de boas-festas, não lembraria do salário vindouro qual chuva no sertão, da fila para a matrícula dos sete filhos, do único doutor no hospital - urologista ainda por cima -, do policial cuja arma carrega bala solitária e dos preços de eterno movimento ascendente.

Taça de sidra na mão, o Povo não mensurava a realidade de cada maquinal "feliz ano novo" recebido, e retribuía, confiante num ano próximo com muito dinheiro no bolso, saúde para dar e vender.

4 comentários:

  1. creio eu que é essa esperança que nos faz ir para frente , mesmo que se pensarmos melhor veremos que não há motivos pra festa ouesperança ,mas comemoremos a vida , a felicidade ainda encontrada mesmo quando o mundo insiste em acabar com ela.

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  2. Interessante, forma e estilo, pero o conteúdo não me atrai não. Deve ser pq não trabalho e acho chatas tais considerações.

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  3. Já diria um amigo, "alguns clichês são necessários".

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  4. Toda vez que cantam o "Adeus ano velho, feliz ano novo"... quando chega na parte do muito dinheiro no bolso eu sempre penso que o cara que compôs sabia o que era IPVA, IPTU, Material escolar.... Tudo em Janeiro... ;-(

    Foi reflexo de uma visão pessoal..
    Muito bom, Caio.

    Marcelo

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