terça-feira, 28 de julho de 2009

Dos bastidores

Escolher obras de arte para ilustrar os poemas não é tarefa fácil. Isso porque geralmente custa casar as duas expressões, unindo-das por algum elemento que compartilhem, além do que a própria pesquisa demanda já algum trabalho e tempo.

Na confecção da última postagem, entretanto, a dificuldade deu-se pelo amplo cardápio de pinturas que retratam, à primeira vista, a leitura. Encontrei um blogue muito bacana, o silêncio dos livros, onde há gravuras para todos os gostos, todas como essência o ato de ler.

Depois de muita dúvida, optei por utilizar um quadro do americano Edward Hopper, cuja arte muito me agrada.

Fica o recado: para quem gosta realmente de pinturas ou mantém certo interesse, como eu, vale a pena a visita n'o silêncio dos livros.

Paternidade

Excursion into philosophy, Edward Hopper

Adormeci
com um livro de poemas em mãos
e sonhei
que este só me seria um filho adotivo.


quinta-feira, 23 de julho de 2009

correspondência

A Carta, Portinari

você sabe onde, algum triste dia do segundo ano fora de casa

saudades de mim, minha leide?
não a matemos
é um sentimento assim
danado, sim
mas não impede que gostemos
e que a ausência do outro,
esse outro querido,
em doce dor, leve ardor
desfrutemos.

fico-me por aqui,
saudades suas,
do seu.

domingo, 12 de julho de 2009

¿Y tú qué has hecho?

En el tronco de un árbol una niña
grabó su nombre enchida de placer.
Y el árbol conmovido allá en su seno
a la niña una flor dejó caer.

Yo soy el árbol conmovido y triste
tu eres la niña que mi tronco hirió.
Yo guardo siempre tu querido nombre
y tú , ¿que has hecho de mi pobre flor?


Letra da música ¿Y tú qué has hecho?, do álbum Buena Vista Social Club.

sábado, 4 de julho de 2009

Testamento

Eu quero morrer louco
são nem um pouco
doido de pedra
demente, decadente
sem mente, sim
completamente doente.

Eu quero morrer assim
para não fechar meus olhos
ciente de que é o fim.