Narcissus, Vladimir Kush
Diferentemente do meu ortónimo, a mim me calha o que me dá na veneta. Escrevo o que me vem à mente, sem importar-me muito com os resultados. Creio pois que o superego, ou coisa que o valha, venha antes do que penso de modo que o que penso já foi previamente censurado, assim não careço de me ocupar com culpas morais. Ou para penetrar muito mais profanamente o sagrado templo lacaniano da psicanálise ouso dizer que em mim superego e ego são uma só coisa. Se tal coisa é possível, se, mais, tais conceitos abrangem, válido lembrar, um real funcionamento do aparelho psíquico humano. E lá me vou por estas incursões pretensas de filosofia. Resquícios. Ora, para ser-lhes honesto, confesso que é difícil desconstranger-me dele. Compartilhamos muita coisa, paixão pela escrita, pela língua, pela divagação. Em tempos globalizados e reforma ortográfica, uma mescla lexico-diacrítica, uma confusão sintática. Não dessa vez. Sou apenas um punhado de energia criativa.
.
.