segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Nascimento de um heterónimo

 Narcissus, Vladimir Kush

Diferentemente do meu ortónimo, a mim me calha o que me dá na veneta. Escrevo o que me vem à mente, sem importar-me muito com os resultados. Creio pois que o superego, ou coisa que o valha, venha antes do que penso de modo que o que penso já foi previamente censurado, assim não careço de me ocupar com culpas morais. Ou para penetrar muito mais profanamente o sagrado templo lacaniano da psicanálise ouso dizer que em mim superego e ego são uma só coisa. Se tal coisa é possível, se, mais, tais conceitos abrangem, válido lembrar, um real funcionamento do aparelho psíquico humano. E lá me vou por estas incursões pretensas de filosofia. Resquícios. Ora, para ser-lhes honesto, confesso que é difícil desconstranger-me dele. Compartilhamos muita coisa, paixão pela escrita, pela língua, pela divagação. Em tempos globalizados e reforma ortográfica, uma mescla lexico-diacrítica, uma confusão sintática. Não dessa vez. Sou apenas um punhado de energia criativa.
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5 comentários:

  1. Caio: no final de semana mudarei seu endereço lá nos meus favoritos.
    Gostei da definição de Caio: punhado de energia criativa.
    Abraço, amigo.

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  2. Meu querido, Obrigado pela presença ontem. espero que tenha gostado. Abraço.
    mv

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  3. Gostei muito dos seus textos, parabéns! Você deveria publicar com mais frequencia por aqui.

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  4. Interessante essa idéia da pré-censura. Mas ela serve para a conveniência social da escrita, para a relação com o outro, o leitor, ou para a relação do autor com o seu próprio inconsciente? Se é que há alguma diferença.
    Realmente, esse punhado é uma bela definição.

    Abraço.

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