sexta-feira, 14 de setembro de 2007

A porta

Ela bateu a porta tão forte quanto jamais imaginara que pudesse fazer. Já do lado de fora, de pé, ajeitou-se. Cabelos penteados, ar de superioridade. Quem a visse não desconfiaria da cena que ela acabara de protagonizar.

Ainda de pé, gesticulou com as mãos. Sinal de raiva, talvez arrependimento. Nem ela sabia o que sentia naquele momento. A única certeza era uma profunda e pausada respiração que poderia ser ouvida não fosse o barulho da cidade grande às seis da tarde. O que ela estava esperando? Queria ela que o namorado, com quem acabara de discutir duramente, viesse buscá-la? Certamente que não.

De fato, em seus cinco minutos à frente da casa, ele não havia aparecido. Imaginou-se entrando de volta na casa, como se nada tivesse acontecido. Hesitou, entretanto. Conclui que fazendo isso, daria o braço a torcer. Era a demonstração da sua fraqueza moral. Nunca fora orgulhosa, nem seria em qualquer circunstância, dizia ela. Mas não se tratava de empáfia. Sua honra estava em xeque. Ao dar-se conta disso, instantaneamente foi embora. Não mais voltaria.

Pouco depois, a porta se abriu. Claramente via-se uma face preocupada no limite entre o interior da casa e o lado de fora. Ele olha para o jardim, como se estivesse à procura de alguém, e um leve sorriso toma-lhe o rosto. O limpador de piscina acabara de chegar para o serviço.

2 comentários:

  1. Ae parabéns pelo blog.
    Ta muito bom e com textos bem interessantes.

    Blog Esponja ®
    www.blogesponja.net

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  2. só podi ser caio p escrever um texto assim..
    Tadinha de wy com tanta preocupação com o pobre do limpador de pscina hehehehe
    Mas ta massa msm!
    Bjunda!

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